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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Liberalismo e socialismo e as correntes Feministas


O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos do socialismo e do liberalismo na teoria política contemporânea e suas correntes feministas, assim como afinidades e contrapontos na perspectiva feminista de Diana Maffía. Para entendermos melhor será necessário discorrer sobre as duas linhas ideológicas e suas funções sociais.
Liberalismo
Antes de apresentar o ponto de vista de Diana Máffia sobre o liberalismo é necessário discorrer um pouco sobre o contexto histórico. John Locke foi um filósofo inglês do século XVIII que exerceu muita influência sobre todo o pensamento político desde então. Um dos aspectos importantes da filosofia de Locke foi o conceito de “tabula rasa”, a ideia da “folha em branco”. Segundo este filósofo, todas as pessoas nascem sem qualquer ideia ou conceito. Isto quer dizer que não nascemos sabendo o que é certo ou errado, o que é bonito ou feio, entre outras coisas. Ninguém quando nasce já sabe se existe Deus ou não, qual a forma certa de educar os filhos ou qual o lugar que deve ocupar na sociedade. Tudo o que sabemos na vida, seja o que for, aprendemos com a educação, com a convivência, isto é, socialmente. Fora da vida social não se aprende nada. É senso comum que em determinado ponto do desenvolvimento do homem, este se juntou para formar o Estado. As teorias mais recentes dizem que depois de viver por dezenas de milhares de anos em bandos nômades, os humanos, provavelmente por fatores climáticos, não encontraram mais abundância de caça e viram como alternativa a prática mais intensiva da agricultura – eles já conheciam o processo de semear e colher certos vegetais. Com a prática mais intensiva da agricultura tiveram que se fixar em determinada região, perto de um lago ou rio, onde houvesse abundância de água. Ali, provavelmente, cada um foi tomando conta de um pedaço de terra e iniciando a plantação. O tempo foi passando e outras famílias se fixaram na região. As relações sociais foram se tornando cada vez mais complexas; era necessário criar certas regras sobre como trocar produtos, (o que vale mais a cevada ou o sal?), como evitar fraudes e roubos, como defender propriedades de estrangeiros mal intencionados, etc. Foi nessa hora que os homens daquela aldeia se reuniram, foram pra casa do mais forte (ou o que tinha mais armas) e o elegeram chefe, rei, protetor, legislador, ou algo assim. A teoria da formação do Estado, segundo Locke. Este dizia que os homens antes de se juntarem para formar um Estado, de acertarem o “contrato social”, já tinham certos “direitos naturais”, ou seja, direito à propriedade, à liberdade e à defesa. Quando os homens voluntariamente se juntaram para formar um Estado, não queriam abrir mão destas liberdades que já detinham antes. É por este motivo que em um Estado não podem existir opressores e oprimidos. Locke dizia que as injustiças começam quando certos grupos passam a ter mais poder econômico (propriedade) e com isso dominam o governo e a sociedade. Locke foi chamado de liberal porque era a favor da liberdade para todos os súditos, já que vivia em uma monarquia. Hoje em dia pode parecer uma coisa banal e evidente, mas no século XVIII isto não era nada comum. Salvo a Inglaterra e talvez a Suíça e a Holanda, o restante da Europa (e do mudo) era constituído por reinos absolutistas. O Brasil nesta época era uma colônia abandonada e explorada por uma monarquia decadente e absolutista. Baseado em sua visão da formação do Estado, Locke também estabeleceu que o fundamento do Estado fosse à liberdade, considerando o fato de que todos são iguais perante a lei, de que todos têm direito à felicidade, à liberdade e de decidir que rumo dar às suas vidas, desde que não prejudiquem a liberdade do outro indivíduo. John Locke nos permite pensar sobre conceitos banalizados e por isso esquecidos, como liberdade individual, direito à propriedade e legalidade de um governo. Trazendo o pensamento de Locke para os nossos dias, podemos nos dar conta de quanto suas ideias ainda não foram totalmente colocadas em prática. O feminismo teoricamente se aplicou à luta pela busca de igualdade de gênero, onde homens e mulheres poderiam exercer a mesma função e receber o mesmo salário para isso buscou colocar a mulher como sujeito ativo da sociedade indo muito além de sua predestinação ao casamento e a maternidade (ambos praticamente impostos pela sociedade patriarcal).
O problema segundo Diana Máfia é que muito antes do contrato social celebrou-se um implícito contrato sexual que atribuiu às mulheres o trabalho emocional e doméstico. A divisão entre público e privado agradava apenas aos patriarcas e esses mesmos que estabeleciam as ditas leis liberais. E de outro lado, os “períodos de mudanças” progressistas como Renascimento, a Revolução Francesa e algumas revoluções que se pretendiam libertadoras para a humanidade foram profundamente regressivas para as mulheres. A critica feminista ao liberalismo contemporâneo impugna a armadilha que o ideal de cidadania encerra construído pela justa medida dos patriarcas ficando asseguradas a estrutura da família tradicional e a preeminência do homem.
Socialismo
As grandes transformações econômicas, políticas e sociais que ocorreram na Europa no fim do século XVIII e início do século XIX, foram acompanhados por teorias e doutrinas que buscavam condenar ou reformar a ordem capitalista burguesa. Estruturaram-se então as teorias socialistas, vinculada a um novo ramo da ciência, economia política. Com a industrialização e o êxodo rural, com o predomínio dos latifúndios no campo e das fábricas nas cidades, onde vivia grande número de miseráveis, a Inglaterra adquiria uma nova configuração social. Não existia nenhuma legislação trabalhista, as jornadas de trabalho nas fábricas, instaladas em locais insalubres, eram na maioria superiores a 14 horas. Além das condições sub-humanas de trabalho, os operários enfrentavam enormes dificuldades em época de guerra, como as do período napoleônico, quando a fome se disseminou pelo continente europeu, em consequência dos elevados preço dos gêneros alimentícios. Mais grave ainda era o efeito provocado pelo emprego cada vez maior de máquinas no processo produtivo, onde o trabalho humano ficava sujeito a uma menor remuneração. O descontentamento só aumentava, a medida que cresciam as razões para os conflitos, prenunciando uma revolução social. Surgiram as primeiras organizações trabalhistas que buscavam organizar as lutas das classes operárias, sendo vistas como organizações criminosas pelos industriais. As reações operárias aos efeitos da Revolução Industrial fez surgir críticos que propunham reformulações sociais para a criação de um mundo mais justo, eram os teóricos socialistas. Entre os vários revolucionários, o mais célebre teórico socialista foi o alemão Karl Marx, com passagem pela França e pela Inglaterra. Marx testemunhou as transformações sociais decorrentes da industrialização. Com a colaboração do pensador, também alemão, Friedrich Engels, às vésperas da Revolução de 1848 na França, publicou o Manifesto Comunista. Nele Marx critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário e termina com o apelo pela união dos operários no mundo todo. Em 1867 publica sua mais importante obra O Capital, onde sintetiza suas críticas à economia capitalista, o que causou nas décadas seguintes uma revolução na economia e nas ciências sociais. Pra Marx, as condições econômicas e a luta de classes são agentes transformadores da sociedade. O triunfo do proletariado e o surgimento de uma sociedade sem classes seriam alcançados pela união da classe trabalhadora organizada em torno de um partido revolucionário. 8 A tradição do socialismo revolucionário parte de uma perspectiva diferente. Marx e Engels, em escritos que datam de 1848, mostraram que a opressão sobre as mulheres não surgiu da cabeça dos homens, mas do desenvolvimento da propriedade privada e, com ele, da emergência de uma sociedade de classes. Para eles, a luta pela emancipação das mulheres é inseparável da luta pelo fim da sociedade de classes, isto é, da luta polo socialismo. Marx e Engels também fizeram notar que o desenvolvimento do capitalismo, baseado nas fábricas, trouxe profundas mudanças na vida das pessoas e, especialmente, na vida das mulheres. Foram reintroduzidas na produção, de onde tinham sido progressivamente excluídas.
A primeira sugestão é o desmascaramento da paródia de universalismo do sujeito eurocêntrico. Segunda sugestão é através das práticas desenvolvidas nos movimentos feministas na busca por novas formas de exercício de distribuição de poder e distribuição social, desarticulando as dicotomias que dificultam a criação de novas alternativas.
CONCLUSÃO:
Tanto o Socialismo quanto o liberalismo possuem afinidades e contra pontos aos movimentos feministas, no entanto, a luta da mulher vai, além disso, quando falamos de igualdade, falamos da condição humana, como seres pensantes, como trabalhadoras, como ser humano que possui subjetividade que independe de ideologia. Somos parte da sociedade, parte do mundo, parte da história. Somos simplesmente humanas, femininas acima de feministas e nem por isso somos frágeis. A prevalência da força física masculina não desmerece a força da alma da mulher que luta pela sua família, para ter independência financeira, que ainda cuida dos filhos com amor. As mulheres vêm mostrando seu valor através da história e acredito que através do exemplo que nós mostramos nossa força. É através de ações que mudamos o mundo e a história.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Reale, Giovanni, Antiseri Dario, História da Filosofia Vol. II, Paulus Editora: São Paulo, 1990, 889 pgs.
História da Civilização Ocidental Vol I, Editora Globo: Porto Alegre, 1971, 5

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