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sábado, 23 de maio de 2015

Pedalar e viver

A vida pode ser comparada a andar de bicicleta:
Nas retas mantemos o ritmo, observamos as paisagens, na vida são os momentos de serenidade que podemos respirar com calma e ver tudo que acontece ao nosso redor, mas é necessário manter o foco para não desequilibrar e cair.
Nas ladeiras deixamos apenas o embalo nos levar, relaxamos totalmente, na vida são os momentos de alegria e bonança, mas não podemos esquecer que logo ali haverá uma lomba e devemos aproveitar o embalo para facilitar a subida.
As subidas exigem mais esforço, assim como as dificuldades, testam seus limites mas com determinação e força conseguimos superar, mesmo que no meio de uma lomba você tenha que descer da bicicleta e empurrar para que possa ganhar fôlego e assim continuar, nas dificuldades também pensamos em desistir, desanimamos ,mas na realidade estamos apenas ganhando fôlego para continuar.
Pedalar exige superação de limites físicos e principalmente mentais, se ficarmos olhando o trajeto ao invés de se concentrar em pedalar acreditamos que não iremos conseguir e na vida se ficarmos focados apenas no futuro e não no presente também podemos acreditar que não iremos conseguir, porque não iremos perceber as possibilidades.
Para manter o equilíbrio é necessário continuar pedalando, para não cansar é necessário manter a cadência, na vida para manter o equilíbrio é necessário seguir em frente e manter cadência.
Pedalar pode ser passeio ou competição, lazer, diversão ou tudo ao mesmo tempo e na vida que tal relaxar...
Pedalar é olhar para frente e sentir a brisa no rosto, viver é olhar para frente e sentir o frescor de viver.
Enfim, pedalar e viver são excelentes exercícios que fazem bem para o corpo e para alma.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Liberdade...

Qual o nosso conceito de liberdade?

As nossas ações são baseadas em nossas vontades e decisões ou condicionadas pelo meio em que vivemos?
Li um texto no Facebook de um autor desconhecido sobre a triste geração que se tornou escrava de sua carreira profissional, assisti o globo repórter uma reportagem sobre a população que busca ganhar seu sustento e fazer o que gosta e nesse paradoxo reflito: Somos escravos de nossas necessidades? Criamos necessidades ? O fato é, não vivemos sem trabalho mas também não vivemos só para trabalhar. E como eterna estudante, leio e Hannah Arendt diz que temos que ser sujeitos de ação, pensar não basta, temos que mudar o Mundo com nosso pensamento, deixar nosso legado. Já Sartre diz que até mesmo quando não escolhemos já fizemos uma escolha. E eu fico pensando o que eu penso?
Penso logo desisto. Penso logo insisto e mesmo que não queira pensar penso. Penso, realmente somos escravos do que os outros pensam?E o que pensamos não tem muita importância? A não ser que sejam memórias póstumas porque enquanto estamos vivos tornamo-nos apenas reles mortais que pensam o que muitos outros pensam. E é neste pensar que pretendo me aprofundar. E não tenho aqui qualquer compromisso em seguir o pensamento de alguém, ou qualquer conhecimento cientifico apenas deixar fluir o que penso.
Voltando a questão inicial: Até que ponto somos livres?
Não somos livres, porque temos que trabalhar para manter nossa subsistência, sendo assim temos que seguir regras e padrões pré-estipulados. Até aí não há problemas, a questão é mesmo quando trabalhamos por conta própria ainda assim somos escravos do nosso trabalho, temos que suprir nossas necessidades primárias, comer ,beber, se agasalhar, ter um teto, enfim...
As palavras escritas podem ser distorcidas pois correspondem a somente a sete por cento da nossa comunicação por isso pretendo ser o mais objetiva possível: Não tenho nada contra o trabalho, pelo contrário, acredito que ele é o que nos torna independentes e que para muitos pensadores seria a sublimação das pulsões, canalizar a energia libidinal para algo realmente importante. A minha reflexão, não irei chamar de critica é será que não estamos desconectados de nós mesmos enquanto seres trabalhadores? Será que estamos dando a devida importância para o que estamos fazendo de nossa existência?
É demasiado cansativo pensar que tudo que pensamos tenha que virar algo concreto no mundo dos intelectuais. E é também demasiado cansativo que no mundo corporativo eu também tenha que ser o “the Best” com relação a diplomas e certificações e títulos.
Pergunto, e com relação a nossa busca pelo auto conhecimento? O que realmente é importante, indiferente do que a sociedade cobra? Se é importante para você deixar um legado, disseminar suas ideias, tudo bem, vá em frente, conquiste esse objetivo.
Se é importante para você ser um diretor de uma Multinacional porque isso é um desafio, uma superação, uma meta de vida, tudo bem, vá a luta, busque com garra e determinação.
Antes de tudo pense, você esta agindo de acordo com a tua vontade?
Enquanto isso busco saber quem sou.

domingo, 29 de março de 2015

Imperativo categórico

Kant acreditava que a religião pautada na teologia era demasiadamente insegura , era necessária pô-la de lado ou até mesmo abandoná-la, acreditava que a conduta do Homem deveria ser pautada numa conduta moral, numa ética universal e necessária com princípios a priori de moral, tão exatos quanto a matemática. “A razão pura pode ser prática ; Isto é,pode, por si, determinar a vontade, independentemente de qualquer coisa empírica”. Critica da razão Prática p31 . Crenças e dogmas só tem valor na medida em que auxiliam no desenvolvimento moral do Ser Humano.
O que é que traz a culpa em nós? Como sabemos que isto ou aquilo está errado? O imperativo categórico que há em nós “Ages somente segundo aquela máxima que possas a todo tempo querer que se tornasse uma lei universal.”
Baseado na teoria acima, ele criou uma ética diferente de todas as outras onde os fins não justificam os meios e sim uma ética da alteridade, respeitando e valorizando o outro, independente do nosso desejo mas fazendo o que é certo de acordo com o exame da razão, dos juízos sintéticos a priori. É aquilo que determina se devemos ou não efetuar determinada ação. E esse agir, é um agir livre que independe de um estimulo externo ou lei estranha . A lei da LIBERDADE efetiva a ligação entre a razão teórica e a razão prática, unidas à obrigação moral. Para que a vontade possa querer por puro dever é necessário que ela seja legisladora de si mesma,ou seja, livre.
O caráter da necessidade e da universalidade conduz a ação. Por exemplo, devo mentir para amenizar uma situação de conflito, sendo que isso me trará benefícios e felicidade? A resposta para Kant é não. Ele não está preocupado com a própria felicidade mas com o DEVER e que se fizermos o que é certo seremos merecedores ou dignos da felicidade mesmo que no meio do caminho tenhamos alguns sofrimentos. A perfeição da alma esta acima da felicidade. Sendo assim podemos acreditar num Deus Superior e perfeito e na imortalidade da alma?
Numa época de grandes debates sobre a ética e relativização da mesma, Kant nos ilumina com uma ética que não há espaço para relativismo ou utilitarismo. São princípios morais em que temos a obrigação de fazer o que é certo, o DEVER pauta a nossa conduta. Uma ética em que devo priorizar o outro, se assim for o correto ao invés de priorizar os meus interesses, onde minha liberdade termina quando passo infringir a liberdade do outro. A alteridade virou uma palavra da moda mas na realidade é pouco aplicada no sentido prático.
As leis muitas vezes são violáveis por serem relativas e de múltiplas interpretações. Elas coagem a ação de fora para dentro, mas o DEVER moral não segue uma regra externa, mas o exame da razão.
No dia a dia é demasiado difícil seguir o imperativo categórico pois vivemos numa sociedade onde ser bom é ser otário, onde ser gentil é falsidade e quando tratamos alguém bem é por algum interesse. E nos filmes geralmente torcemos pelo bandido.
Ano passado houve exemplo de imperativo categórico que repercutiu na mídia: Um senhor encontrou R$ 600,00 no chão, junto um boleto nesse exato valor. O Cidadão foi até a lotérica pagou o boleto, pois o mesmo vencia naquele dia e postou no facebook o boleto pago, não para receber notoriedade, mas para tentar localizar o cidadão que perdeu o boleto e tranquilizá-lo. Se o cidadão que achou o dinheiro resolvesse ficar com o dinheiro, ninguém saberia. Mas como será que estaria a consciência dele?