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sexta-feira, 27 de maio de 2016

O Mundo sangra e pede mais amor ao próximo

A politicagem é o câncer que corrói todo o corpo político e por mais que tentem combatê-lo todas as partes do corpo já estão tomadas, não há mais órgãos sadios. Tudo está putrefato.
A sociedade age de acordo com seus instintos primitivos e como diria Arendt:
“Há outros indícios mais graves do perigo de que homem possa estar disposto e realmente esteja a ponto de converter-se naquela espécie animal da qual desde Darwin ele imagina descender.” (ARENDT,Hannah. A Condição Humana, Ed.2014,pág400).
O Homem é o lobo do Homem como diria Hobbes e nesse canibalismo selvagem há apenas inquisidores na plateia da vida que assistem tudo o que acontece sem saírem de suas cadeiras. Acusadores que vitimizam os culpados e culpam as vítimas.
“Homens” violentam mulheres porque são incapazes de raciocinar e controlar seus instintos animais. Sua ignorância é absolvida por uma cultura de coisificação das mulheres, essas que geram em seus ventres e dão amor incondicional a esses seres ditos humanos.
A política tem o papel de garantir educação, mas os valores morais são valores que devem ser repassados pela família. Esses dois setores ruíram, a política, a esfera pública age unicamente em favor de seus próprios interesses privados e a família que se espelha em seus líderes veem que diante da impunidade das falcatruas e corrupção que não lhe resta mais nada a não ser agir em prol de si mesmo e ignorar o sofrimento alheio, pois afinal ninguém intervém por ninguém. E se houver oportunidade de tirar algum proveito que assim seja feito.
E diante desse caos generalizado o mundo sangra, pai que mata filho, filho que mata pai; “Homens” que estupram meninas, que violam seu corpo e sua alma pelo simples fato de serem belas; Mães e pais que desprezam seus filhos e os deixam a mercê da sorte. Políticos que matam multidões de fome ou em fila de hospitais para garantirem suas viagens à Paris. A banalidade do mal, a banalidade do sofrimento alheio, a banalidade das vidas humanas.
Algumas pessoas conseguem se colocar no lugar do outro e sentirem algum tipo de solidariedade diante do sofrimento alheio apenas quando imaginam que poderia ser com eles ou com um de seus entes queridos e não porque a maldade é errada, imoral e não deve ser feito com nenhum ser humano.
Enquanto isso fingimos que está tudo bem e que nos importamos até que aconteça algo conosco, com alguém da nossa família para então sairmos plateia e agirmos.
A solução? Sinceramente não sei se há. Sei que ainda existem muitas coisas boas sendo feitas, pessoas boas e solidárias, que agem em benefício do seu próximo sem pedir nada em troca. E isso é o que deveria ser seguido e usado como exemplo e não usarmos como amuleto e espelho toda essa falcatruagem e desgoverno para justificar tanta indiferença, maldade e falta de racionalidade. Talvez o amor ao próximo possa ser a solução e ele começa a ser praticado em casa, acolhendo e protegendo nossos filhos e ensinando o que é certo e errado, e principalmente sendo exemplo para eles. Se cada um fizer a sua parte as coisas podem melhorar, mas para isso é preciso consciência, menos julgamento e mais pensamento crítico.

AMARAL, Janice