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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os terrores de Criciúma...

O Zé ligou uma lanterna e mandou o Carlão subir pela luz e ele contestou:
-Tu acha que eu sou louco, eu vou subir pela luz e quando eu chegar lá no topo você vai desligar e eu vou cair.
O carlão para se vingar fez um risco no chão e mandou o Zé passar por baixo e apostou uma caixa de cerveja que ele não conseguiria. Porém como Zé era mais esperto fez um buraco no chão e passou por baixo do risco.
E sairam abraçados cantalorando: Esfrega, esfrega, esfrega o esponjão...
Tomando as cevas do Carlão. Essa música, sei lá de onde tiraram. Eram loucos.
O Carlão, moço do interior, veio para a cidade grande para ganhar a vida,hoje moço bem sucedido,um pouco marrento, algo típico de Homens de menor estatura.Seu coração puro, cheio de sonhos, escondido atrás de uma máscara carrancuda. Sua alcunha poderia ser Dom Casmurro.No entanto,o mais importante,ele é muito louco.
O Zé, moço da cidade grande,malandro, dá nó em pingo de éter...cativa as mulheres e persuadi os Homens...Sua malícia envolve e seduz. Diz a lenda que ele veio do templo de Delphos. Um louco.Louco de varrer. Louco de dar inveja.
Duas pessoas distintas e em comum, a loucura, a insanidade,mas aquela insanidade que faz rir.
Os dois amigos voltavam de uma longa viagem de Santa Catarina e cantarolavam e gritavam, para a maioria das pessoas eles eram normais. só os loucos sabem quem é louco. Eles reconhecem-se entre si. O fogo nos olhos saltava, tinham sede de viver, queriam mais do que a vida podia oferecer.E pararam num puteiro em Criciúma e lá conheceram a Mirna e a Paloma. Fizeram a alegria das meninas, até porque eram meninos bem apresentáveis e disseram que fariam a festa nas bruxas, e que até aspirina tomariam. E estica e puxa e viva a festa das bruxas.E quando foram embora gritavam: "Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuu". As meninas choravam e choravam...
Depois queriam se jogar da ponte por tamanha insanidade.
- Zé, foi impressão minha ou a Mirna não tinha os dois dentes da frente?questionou o Carlão
-Não tinha, que importa? A paloma era perneta, até facilita. Respondeu o Zé,dando gargalhadas."Qualquer galinha dá uma canja".
E o Carlão dirigia loucamente, pensando na diferença que fazia aqueles dois dentes a menos, até pensou por um instante, mas logo desistiu da idéia em pedir que sua esposa arrancasse os seus. Imaginou, e se arrependeu.
Apartir de então, resolveram não retornar aquele lugar; Não poderiam se apegar aquelas meninas tão sensíveis.O Zé, até pensou em levar Paloma consigo, analisou melhor, afinal ela tinha apenas uma das pernas, teria que carregá-la no colo. Ela era muito pesada. Não aguentaria seus oitenta quilos distribuidos em seu um metro e meio de altura. Desistiu.
Partiram com seus corações partidos, voltaram para a sua rotina como rapazes "normais". E nunca mais esqueceram aquela aventura, ficando conhecidos como: "Os terrores de Criciúma".

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Primavera

As primas e as Veras vestem-se de flores;
As Marias e as Joaquinas saltitam pelas ruas;
Coloridas as Margaridas e as Josefinas;
Os serafins e os Querubins rejubilam-se com tanto fulgor...
E o canto dos pássaros alegra o dia, a sinfônia das sábias sabias...

Vento morno;
Perfume das flores;
Borboletas zigue-zagueando...
Abelhas abelhudas a trabalhar...

Primavera!!! Arranca suspiros...
Manhãs ensolaradas
Saio a cantalorar
de mãos dadas com a brisa morna...
saio a paquerar...

Dias lindos!!!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Balaio de memórias

Remexo caixas a procura de documentos;
Encontro extratos antigos;
holerites, rescisões...
confirmação de matricula em cursos que não conclui;
Carnês de coisas que não existem mais;
Cartões e cartas mofadas apaixonadas com juras de amor eterno, um eterno que já acabou...Lendo esses bilhetes vejo que um dia fui "amada", "idolatrada" ou apenas pirei o cabeção de alguém (rsrsrs)...Ninguém é bom ou mau...apenas esteve ao nosso lado e foi ver outras paisagens ou tomamos rumos diferentes ou levou(ei) um "pé" mesmo (hehehe). Resquícios abobalhados me assombraram; Frustrações pelos cursos inacabados não há...Muitos hão de vir e saberei de tudo um pouco e nada saberei completamente nem saberia mesmo se completasse o curso...
Empregos vão e vem...
Carnês se renovam...cacos vão para o lixo...
Quero novas paixões...
"Entregar minha alma", acreditar nesse "para sempre" que sempre acaba é o que faz a mente borbulhar, o coração pulsar...e receber bilhetinhos insanos sabendo que não perdi a sanidade sózinha...
Quero a vida por inteiro...
Conhecer novas cidades...
Provar comidas diferentes, novos temperos...
Andar de cavalo alado...
e
"Benditas coisas que eu não sei

Os lugares onde não fui

Os gostos que não provei

Meus verdes ainda não maduros

Os espaços que ainda procuro

Os amores que eu nunca encontrei

Benditas coisas que não sejam

Benditas..."