Páginas

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O protesto da Mel.

Há várias formas de protestos. Protestos silenciosos. Protestos bizaros; Gritos, rasgar roupas, cortar os pulsos, quebrar pratos e copos, chorar; Já vimos todos esses tipos de manifestações de alguém insatisfeito com algo. Poderia citar muitos e muitos.E inclusive eu já protestei de várias formas, exceto cortar os pulsos ( hehehhe). No entanto, o mais inusitado e irritante, foi o de minha "adorável" cachorrinha Mel. Pois é, tenho que contar desde o início: Era uma vez... opa...assim é chato!!!(ããããã)
Não sei como foi, mas sei que foi assim:
Vivia eu uma vidinha pacata e silenciosa. Nem tão pacata, nem tão silenciosa. Tá!!!ok!!! Eu vivia sózinha, até a chegada do Fred, já apresentei ele á vocês, o meu peixe. Não satisfeita, achando que eu ainda me sentia sózinha, pois o Fred não interagia comigo, uma grande amiga, minha bruxinha preferida, resolveu doar-me uma linda cachorrinha "linguicinha". Protestei com argumentos de que não teria tempo para cuidá-la, ficaria sózinha num ap o dia inteiro ( blábláblá). Aceitei. A Mel, já estava batizada com esse nome por causa de sua cor, era um bebê, mau caminhava, e sua pancinha de vermes era protuberante. Tinha trinta dias de vida. Alimentava-se apenas com papinhas, nem conseguia quebrar os grãozinhos de ração. Foi ficando mais fortinha, mais alegrinha. Todos riam dizendo que não podia ser uma linguicinha, era uma bolinha, talvez um lambari. Desverminei, cuidei, dei carinho, me apeguei. No início de Novembro tive que viajar a trabalho para Floripa, uma semana fora. Não podia deixá-la abandonada. Então pedi à minha mãe que cuidasse dela até minha volta. Ela reclamou: "Já basta cuidar dos netos, agora tenho que cuidar de cachorro também", mas ficou com ela mesmo assim, já que não tenho filhos para que ela cuide.
Uma semana depois estava de volta e fui buscar a filhotinha, para minha surpresa ela estava linda e espichada, agora era uma linguicinha de verdade e totalmente serelepe,"comendo sapatos e dedos", latindo ( eu nunca ouvira seu latido ). Pensei:" Minha filha cresceu e nem vi"(hehehhe) Que drama!!!Todos já estavam apaixonados pela cachorrinha, até a minha mãe amoleceu seu coraçãozinho.
Toda essa história para contar o último fato, o protesto da Mel. Sexta-feira cheguei do trabalho, alimentei a pequenina, e resolvi deixá-la solta dentro de casa, sempre fica na área de serviço. Fui jantar na mãe, mas como não sabia se retornaria na mesma noite,não a levei comigo e também não a devolvi para o seu canto. Fiquei com dó. Não retornei, conforme previsto. Onde passei a noite? Não posso revelar. Curiosos!!!( rsrsrs). Retornei no sábado após o meio dia. Quando abri a porta do apartamento quase desmaiei. Achei que tinha aberto a porta errada. O que vi? Deixe-me descrever a cena, se é que posso fazê-lo com exatidão: Um rolo de papel higiênico desenrolado por toda a casa, um vaso de areia preta virado na varanda e não sei como foi parar no tapete bege da sala, uma vassoura de palha destruida e espalhada por toda casa. No banheiro um vasinho de pétalas de rosa espalhado por todo o recinto. Chinelos, almofadas, tudo fora do lugar. Não acreditei que um ser tão pequeno pudesse fazer tanto estrago. Nem uma namorada traida em dia de fúria conseguiria fazer tamanha devastação. Tudo isso porque eu a deixei sózinha mais tempo do que o normal. Acredito que tenha sido um protesto. Muito autêntico. E ainda dizem que os animais não entendem e não têm sentimentos. Será???
No primeiro instante queria matá-la, mas logo depois entendi e fui dar atenção a Melzinha, e bem depois limpar a bagunça.

p.s: Alguém quer???