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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A Náusea

A náusea é o primeiro romance de Jean Paul Sartre . Esta obra foi considerada pela crítica e pelo próprio Sartre a sua melhor obra.
O intelectual pequeno burguês Antônio Roquentin, personagem principal , sente total ausência de sentido na vida. Ele cria um diário e narra cenas cotidianas, coisas que passam despercebidas aos olhos da maioria das pessoas mostrando tamanha indignação, asco raiva pela falta de questionamento e total ignorância dessa ausência de sentido no existir da maioria dos Seres Humanos.
O autodidata segundo personagem, este que se considera um Homem culto por já ter lido quase todos os livros da biblioteca.
Cada detalhe passa a ser percebido com total acidez, a expressão humana, a maçaneta fria da porta, a árvore prostrada ali, nada parece ter sentido. Um casal que almoça junto se torna uma presença brusca, estranha, com gorduras protuberantes e orelhas vermelhas.
De repente é impelido pelo autodidata a pensar nas aventuras de sua vida. Um homem que lia todos os livros da biblioteca por ordem alfabética e já estava quase no final e disse que quando termisse de ler todos os livros, assim já sendo um homem culto e já conhecendo as histórias de todos os lugares poderia ter uma aventura e que tipo de aventura? Tomar um trem errado para um lugar desconhecido, perder a carteira, ser preso por equívoco e passar a noite na cadeia. Um acontecimento que sai do ordinário e sem exatamente ser extraordinário. E questionou Roquentim:
- O Senhor já teve muitas aventuras?
Roquentim descobre que nunca teve uma aventura de verdade e que nem mesmo havia pensado no verdadeiro significado dessa palavra. Percebe que nada acontecera de extraordinário e emocionante em sua vida.
Pensa consigo mesmo:
-Não, não tive aventuras!

Roquentim passa a ter consciência de si mesmo : Pensa que existe, um pensar sem querer pensar. Passa a ter horror de existir e diz : Sou eu, sou eu que me extraio do nada a que aspiro .
Pensa em se matar, o canivete em mãos , faz um corte, desiste! Vê a pocinha de sangue que finalmente deixa de ser ele, manchando a folha branca.

Como analisar a obra de um autor com tamanho sarcasmo? Uma obra inteligente, levando seus leitores a refletirem sobre si mesmos. Num primeiro momento me parecia algo pessimista, mas ao contrário, conhecendo um pouquinho mais de Sartre vejo apenas uma forma ácida de ver e expressar o quanto vivemos uma rotina pesada sem questionar, repetimos trajetos, abrimos portas, andamos pelas ruas sem olhar para os lados, comemos sem degustar, amamos sem entrega, não percebemos o outro, ou os outros mesmo que seja seus defeitos, quem pode limitar e resumir o outro? Tudo está ali imposto aos nossos olhos, em nossas vidas.
E o que vivemos de extraordinário, não temos tempo para isso. Temos que terminar a faculdade, pintar o apartamento, fazer os relatórios, planilhas e mais planilhas. Tudo está aí, e para quê?
Talvez nem tenhamos parados para pensar a respeito.
Pensar e cortar os pulsos não irá resolver.
O que sei é que quem pensa sofre, mas vale apena esse sofrimento porque vale mais a pena sofrer consciente e consciente de si mesmo do que viver na alienação.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ensaio sobre a loucura!!!

"A loucura ou insânia é segundo a psicologia uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados anormais pela sociedade. Anormalidade é algo que foge do padrão, que se diferencia, desvia-se ou é oposto da normalidade. É um estado ou algo bizarro, estranho, fora do comum. A normalidade é como a média das pessoas são. É o comum. Estatisticamente, é descrita como uma curva em sino onde as pessoas normais se situam como a maioria."wikipédia Quem estipulou as regras da normalidade deve ser "louco" porque ser normal é muito chato. Ser padronizado é não ter personalidade própria por medo de sermos quem realmente somos, ou querer o que realmente queremos. Mas como ser quem realmente somos se nem realmente sabemos quem somos e muito menos o que queremos. Somos aquilo que é considerado normal. Nascer, crescer, estudar,"ser alguém na vida". Tudo isso para provar que somos normais e assim sermos aceitos na sociedade. Qual o problema de simplesmente querer nada disso? Vagabundo, fracassado!!! E se eu quiser beber todas, cantar Raul ou virar hippie? E se eu quiser andar mau trapilha, com a roupa rasgada, dar a volta ao mundo de bike sem um centavo no bolso?Louca!!! e se eu quiser viver de filosofia e morar num barrio? Doida varrida!!! E se eu quiser entrar para um convento? Não!!! Case, tenha filhos, não seja louca!!! E se eu pirar o cabeção e quiser mandar a alguém a pqp?Pirou? E seu quiser pintar meu apartamento de amarelo com bolinhas pretas? Bizarro ou estranho? Talvez fora do comum. Ainda assim seria loucura. Um brinde a tão difamada loucura, um ato de consciência de si mesmo. Um ato de escolher seu próprio caminho indiferente da opinião alheia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fingimento

Fingimos o tempo todo que está tudo bem. Sorrimos para o marido quando acordamos. Sorrimos para o chefe. Sorrimos para os colegas e mentimos que está tudo bem!!! Enquando gritamos por dentro e queremos mandar tudo a pqp. Para que tanto fingimento? Por que não podemos dizer que estamos de saco cheio disso ou daquilo? Será que guardar tudo isso não causa doenças fisicas. Ninguém irá curtir ou compartilhar nas redes sociais se você ficar reclamando da vida. Ninguém irá gostar de um chato deprimido. Você será considerado um fraco, uma companhia desinteressante e será excluido, e então prepare-se para cortar os pulsos porque ninguém irá lhe ajudar a sair do buraco. Corra, grite, esbraveje, pedale, chore, não guarde. Isso é veneno, tensiona os músculos. Pare de fingir, isso faz mal. Quem gosta, quem é seu amigo, quem ama vai lhe entender e ficar ao seu lado. Vejo um mundo de aparências, um mundo que pede um pouco mais de alma e um pouco mais de calma.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Tempo

Dizem que o tempo é uma invenção Humana. E que ele não existe. Apenas uma questão psicológica e não cronológica. E que depende de como lidamos com ele. Essa loucura cronometrada. Todos correm para cumprir suas tarefas no tempo programado. Outras voam, atropelam. O que sei é que o Ser Humano quer ocupar cada segundo do seu dia: Trabalho, academia, faculdade, eu sou assim. E ainda quero ter tempo para ler alguns livros ,os quais ainda nem folhei, petreficados aqui na estante;escrever depois da meia noite, único tempo disponível; viajar para lugares desconhecidos, escrever um livro. O passado já passou, não adianta chorar e achar que foi tempo perdido porque ele não voltará e o que podemos tirar dele é o aprendizado. O presente é o que há de concreto em nossas vidas, esse segundo, esse instante. Sentir, prestar atenção neste instante é o que nos torna real. O amanhã há várias teorias: Quem projeta somos nós, o Futuro a Deus pertence. Pragmático ou teológico. Ninguém sabe ao certo. Julgamos quem vive a vida intensamente pensando apenas no momento. Julgamos aquele que pensa apenas no futuro. Um futuro incerto,mas que achamos ter total controle. E quem está certo ou errado? Dizem que devemos dar tempo ao tempo. O tempo cura. E que não devemos perder tempo. Tempo é dinheiro.E tem até gente ganhando dinheiro ensinado como administrar o tempo. E essa angústia, talvez seja a presença da morte, ela que vêm sorrateiramente tirar, roubar todas as suas programações e pior sem marcar data e horário. E se eu tiver terapia marcada? Que falta de educação!!! Engraçado ou triste, sei lá, quando alguém tem uma doença terminal passa a perceber o milagre da vida e aproveitar cada segundo como se fosse o último. Começa a perceber os sabores, os aromas, as cores que não percebia antes porque não tinha TEMPO. Não espere este momento para pensar sobre isto pois a morte não costuma agendar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Coisificação e Nadificação

Estou amando minha aula de introdução ao filosofar, e um cara chamado Jean Paul Sartre, embora entenda quase "nada". E entenda que nada pode ser muita coisa. E aliás COISA também possui uma definição lógica. Mas como teorizar NADA E COISA. Nada seria o CAOS? A desorganização, o vácuo para se buscar entendimentos para as COISAS. E as coisas seria a matéria? será que entendi certo? Mas também podemos COISIFICAR as pessoas quando elas se reduzem a condição de objeto? Quando reduzo um Ser a NADA , há uma desconstrução do que estava formado (coisificado), passo a reconstruí-lo e busco a sua essência, e o que entendemos por essência? A consciência ? E a consciência liberta. Nesse caso NADA pode ser criação, geração de consciência. E como o Ser é consciência e a consciência liberta ,ele projeta a sua trajetória. Então o Ser é livre e está condenado a liberdade e é na ação e na escolha de suas ações que ele existe. A Existência precede a essência.O Homem torna-se Homem de acordo com sua ações. Amaral,Janice

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Intolerância no trânsito

Queria ser um pássaro e voar livre pelo ar.
Queria ser um peixe e nadar pelos rios e oceanos...
Queria não precisar pensar e sofrer...
Sofrer em ver o mau, a inveja, a intolerância.
Quando dirijo vejo o quanto ser humano está doente:
Cada vez com mais pressa, sem educação e com raiva.
Parece-me que as pessoas sentem raiva uma das outras.
Cortam a frente sem pedir licensa, andam em alta velocidade sem dar espaço para o outro. O "primeiro eu" prevalece. Sinto que suas máquinas potentes são uma espécie de vingadoras e é nelas que expressam suas frustrações e inflam seu ego. No entanto, quando saem da suas máscaras de ferro continuam pequenos e insignificantes. Esquecem que são reles mortais e que essas latas são letais. E tiram a vida de inoscentes que locomovem-se para seus trabalhos para mantêr a sua existência.
Chego em casa tensa, triste por ver tanta barbárie e barberagem.
Preciso continuar, preciso trabalhar, não tenho escolha, espero não absorver toda essa agressividade e tornar-me semalhante.
Peço auxilio ao meu anjinho da guarda todos os dias.
Obrigada por me proteger!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Voltei...

Estive sumida. Bastante ocupada. Sei que nada justifica tanto tempo sem aparecer. O Fred morreu, a Mel fugiu (doei)...fiquei sozinha novamente. Não por muito tempo. Tem um novo personagem na minha história. Não é um peixe mas faz nada. Não é um cãozinho mas um baita vira-latas (brincadeirinha).
Nãooo!!!Acho que é um gatinho. Toma todo o meu tempo enquanto não tenho que comer de três em três horas, beber três litros d'gua, um litro de chá verde, malhar duas horas por dia, passar protetor três vezes ao dia, trabalhar oito, achar tempo para os trabalhos da faculdade e escrever no blog. Agora dorme feito uma anjinho aqui ao meu lado. Acreditem estou falando do meu namorado. Ele chegou do nada, veio entrando de mansinho na minha vida. Agora ocupa uma gaveta ( apenas uma) no meu quarto, a muito custo, pois dizia estar cansado de ser mochileiro. Primeiro vinha somente um dia na semana e nos fins de semana nos revesavamos entre a casa dele ( dos pais). Agora passa todos os dias para me ver e acaba ficando. Aturando meu mau-humor. Ah,E ele é meu amor.
Eu e ele nos conhecemos através de uma amiga em comum que resolveu dar uma de cupido: Eu vi o sorriso dele e suas covinhas numa foto no orkut da Giana (tempo do orkut)e achei uma graça. Ela sorriu maliciosamente, como se estivesse arquitetando algo. Ele também no orkut, vasculhando as amigas solteiras da nossa amiga em comum ,viu uma foto e me achou "gata", deduziu que eu curtia rock. Como percebeu isso? E que eu curtia uma ceva...Nossa!!! Será que ele é vidente ou eu muito transparente? Sei lá. Quando ele fez o comentário, a Giana ficou eufórica,mas não transpareceu. Ela nada falou para ambos mas arquitetou seu plano. Um encontro casual. Abbey, um pub de rock. Convidou ambos. Quando cheguei lá, bar lotado e a primeira criatura que me deparo: o das covinhas. Pergunto: -Cadê a Giana? Ele responde "sutilmente" : - Te conheço!!!
Eu gaguejo. Ele lembra: "Ah, andei invadindo teu orkut.
- ufa!!! penso: - Ele não sabe que eu invadi o dele.
A criaturinha sorri e aperta meu braço e diz: "Que bracinho fofinho!!!". Meu mundo caiu e a antipatia foi total. Queria sair dali correndo. Ele me puxou e me levou até a Giana. Cumprimentei a galera, disfarcei e fui embora sem me despedir de ninguém. Imaginem ouvir isso numa balada. Será que eu estava obesa?
No outro dia, domingo, eu estava em casa e a Giana me ligou: -oi, estou comendo um cheese com o Fino, o que tu estas fazendo? Eu pergunto:
- Comendo um cheese com quem? Ela responde: - Com o guri das covinhas!!! Podemos ir ai na tua casa tomar um chimas? Para não ser deselegante concordo.Putz!!!Fino? Que apelido!!! Dava para entender o porquê da alcunha.
Eu estava assistindo desenho e comendo nega-maluca. Eles vieram.
A antipatia foi indo embora aos poucos. Sóbrio, ele tinha um pouco mais de noção,mesmo assim o apelidei de super sincero. Papo vai e papo vem, marcamos um chopinho mais para o final da tarde. Eu, ele e a Gi encontramo-nos mais tarde num Barzinho em São Leopoldo. Ceva e mais ceva, ele ficando cada vez mais interessante;papo rolando e a Gi começou a ficar cansada e entediada e abandonada, quis ir embora, mas estava de carona com O Fino, e eu estava com o meu carro. A empolgação estava grande. Não queriamos ir embora. Tinhamos tantos assuntos para conversar. Entreguei a chave do meu carro para a alemoa e disse: -Vai... depois passamos lá e pego!!!
Ela: ÃÃÃh!!! Tu tá louca?
Eu disse: - Não, pode ir!!! E ela se foi...
E nós, nem percebemos o tempo passar, já eram duas da manhã. Então ele sentou do meu ladinho e ...beijos. Desde então estamos juntos. Faz um ano e meio.
E estive sumida, mas voltei com muita inspiração.